No Brasil, metade dos
alunos não tem acesso a computador
Jamil Chade,
CORRESPONDENTE/GENEBRA - O Estado de S.Paulo
Metade dos
estudantes brasileiros está "desconectada" e o País soma uma década
de atraso em relação aos países ricos no que se refere ao acesso a computadores
e internet. Se não bastasse, as escolas brasileiras estão entre as piores em
relação ao contato dos alunos com a informática, o que pode comprometer a
formação de milhares de jovens.
Esse é o resultado
do primeiro levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Alunos
(Pisa) para analisar a relação entre os sistemas de ensino e a tecnologia.
Segundo o documento, elaborado com dados de 2009 pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as escolas brasileiras não estão
equipadas e o Brasil é o último em uma lista de 38 países avaliados em relação
ao número de computadores por alunos na escola.
"O
aprendizado do uso do computadores é primordial para o futuro desses jovens.
Estudos mostram que pessoas com conhecimento de informática têm 25% mais de
chance de encontrar um trabalho", disse Sophie Vayssettes, pesquisadora
responsável pelo levantamento, que mediu o acesso ao computador de um estudante
de 15 anos em várias partes do mundo.
De um total de 65
países avaliados, apenas 10 estão em situação pior que a do Brasil. Alunos da
Romênia, Rússia e Bulgária contam com mais acesso à tecnologia que os
brasileiros. No País, em média, 53% dos estudantes de 15 anos têm computadores
em casa. Há dez anos, a taxa era de 23%. Apesar do avanço, os números ainda são
inferiores à média dos países ricos. Na Europa, EUA e Japão, mais de 90% dos
estudantes têm computador. O acesso no Brasil é hoje equivalente ao na Europa
no ano 2000.
O estudo aponta
ainda a desigualdade do acesso à informática no Brasil. Entre os mais ricos,
86% têm computador e internet em casa - taxa equivalente a dos alunos de países
ricos. Entre os mais pobres, apenas 15% têm as ferramentas em casa.
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